As modalidades de exercícios feitos em alta intensidade são a bola da vez, e não apenas entre malhadores de plantão. Se os treinos de Crossfit, HIIT e funcional estão lotando as salas de aulas das academias, os estúdios e os parques, não é de surpreender que apareçam entre os cursos mais disputados do 26 Fitness Brasil Internacional, o maior congresso do mundo para profissionais de educação física e maior feira de fitness e bem-estar do Brasil, realizado entre 26 a 28 de maio, em Santos.
Durante três dias, cerca de 3500 professores do Brasil inteiro participaram de 81 cursos nas áreas de fitness, ginástica, musculação, treinamento funcional, personal training, fisioterapia, atividades aquáticas, negócios, recreação, esportes e nutrição. Foram 460 horas de conteúdo teórico e prático com 90 palestrantes e especialistas. Cansa só de pensar! Participo desse congresso há quase 20 anos e, desta vez, resolvi ficar os três dias. Foi intenso: só parei mesmo para almoçar… no mais, corria de um workshop a outro, seguindo um verdadeiro quebra-cabeças montado dias antes com as atividades que me despertavam mais curiosidade.
Voltando aos treinos intensos: o Crossfit usa movimentos simples para trabalhar a resistência e aumentar a força. A ideia é fazer o maior número de repetições em alta intensidade. Nenhuma aula é igual à outra: cada sessão é dividida em aquecimento, técnica (para aprender a execução correta dos movimentos) e WOD (“workout of the day”, ou treino do dia).
O princípio do HIIT (“high intensity interval training” ou treino intervalado de alta intensidade) é realizar esforços intensos e de curta duração intercalados com períodos de recuperação em treinos curtos (que variam de 4 a 30 minutos). Quanto mais forte for o estímulo, maior deve ser o descanso para que o corpo possa receber o estímulo seguinte. A proposta aqui é melhorar o condicionamento cardiovascular e acelerar o gasto calórico.
Já o treinamento funcional foi desenvolvido para melhorar as funções do nosso corpo, como equilíbrio, flexibilidade, potência, coordenação motora, agilidade e força. A principal diferença em relação à musculação tradicional é trabalhar os músculos de forma integrada, e não isolada, já que é assim que eles são exigidos na vida real. No treino funcional são utilizados movimentos do dia a dia como empurrar, puxar, agachar, girar e lançar.
A professora e personal trainer Cau Saad, uma das pioneiras no treinamento funcional fora da academia, aposta na variação dos movimentos e nos espaços inusitados para motivar os alunos. “Faz anos que dou o Circuito Cau Saad (treino funcional com acessórios) no heliponto do Hotel Tivoli. Também levei o treino para hotel fazenda, para a praia… Até em boate já fiz”, conta Cau. Ela também desenvolveu uma versão sem acessórios, usando apenas o peso do corpo, o WorCAUt (as aulas acontecem na Marquise do Parque Ibirapuera). A aula aberta de WorCAUt fez sucesso no congresso!
Segundo Fabio Saba, diretor de conteúdo da Fitness Brasil, outros workshops bastante procurados foram os de musculação, treinamento de força e bike indoor (nunca subestime os clássicos).
Agora, vamos às tendências: aulas combinadas (modalidades como o Ballet Fitness, a Superioga e o Piloxing) e um revival das aulas coreografadas (Dance Clip, Glam-Dance e Clipe Dance são exemplos).
O Ballet Fitness, método criado pela bailarina e professora de educação física Betina Dantas, une dança com workout. A partir dos exercícios do balé, Betina montou sequências puxadas de movimentos com várias repetições e ritmo intenso de ginástica, para trabalhar o corpo todo na barra e no solo. Ela desenvolveu também o Jazz Fitness Oficial, com exercícios derivados das aulas de jazz.
A Superioga, método do professor Paulo Junqueira, é uma aula de ioga dinâmica, que mescla asanas (posturas) tradicionais e variações em um ritmo power, para elevar a freqüência cardíaca enquanto trabalha o tônus muscular, o alongamento e o equilíbrio.
Já o Piloxing, criado pela sueca Viveca Jensen, mescla movimentos do boxe (jabs, diretos e chutes), o trabalho de “core” do pilates (em exercícios de equilíbrio, feitos em pé) e dança, numa aula animada para torrar calorias. Além do Piloxing, outras aulas que incorporam movimentos de luta têm uma legião de adeptos.
Nas academias brasileiras, as aulas de “ritmos” sempre reuniram um público cativo. Nos últimos anos, a Zumba (a maior marca de programas de dança do mundo, presente em 180 países), um blend de ritmos latinos com passos fáceis de acompanhar, ganhou espaço e passou a encher as salas de norte a sul – idem na Fitness Brasil, com workshop e aulas abertas lotadas. Outro destaque entre as propostas coreografadas foi o worshop de Glam Dance, com o professor argentino Guillermo Gonzalez Vega: todo mundo se jogou em sequências com trilha sonora Disco. Só vale se for divertido!
E você? Já encontrou um exercício para chamar de seu?