São Paulo acaba de ganhar um novo espaço premium de fitness inspirado nos estúdios nova-iorquinos: o Studio Soulbox, no Itaim, bairro nobre da capital paulista. O diferencial são as aulas que mesclam artes marciais, treinamento funcional e alta tecnologia. Mais uma escola de lutas? Não. E você vai descobrir porquê.
Os treinos acontecem em uma sala hi-tech de 180 metros quadrados, com som e iluminação especiais e 38 bags (sacos de pancada) equipadas com sensores que medem a performance dos alunos (número de chutes e socos, potência e gasto calórico).
A aventura começa na sala escura com o bordão do locutor de UFC Bruce Buffer: “It´s tiiiiime!!”
A partir daí, o jogo de luzes e a trilha sonora levam os alunos para um tipo de universo paralelo, em uma batalha desafiadora que não deixa de ser divertida. Não precisa saber artes marciais para participar: o professor explica didaticamente cada exercício e o ritmo da música ajuda a entrar no clima. São 45 minutos intensos, que se dividem entre socos inspirados no boxe e chutes de muay thai intercalados com exercícios de treinamento funcional.
Na primeira parte da aula SoulBox fizemos exercícios de “sombra” (movimentos de luta sem um adversário) fora da bag, intercalados com agachamentos, polichinelos e flexões, entre outros exercícios funcionais. Em vez do estilo quase militar das aulas tradicionais de luta, em que o coach te empurra para uma batalha que parece ser de vida ou morte, a pegada da Soulbox é motivacional, estimulando você a descarregar as tensões, competir consigo mesmo e desconectar do mundo fora da sala. A aula não tem combate: nosso adversário é o stress e tudo aquilo que tira o nosso foco.
Na segunda etapa do treino colocamos as luvas e partimos para as sequências de chutes e socos na bag, mais séries de exercícios funcionais e de força. A ideia é trabalham o condicionamento físico, a frequência cardíaca e melhorar o tônus muscular.
No final da aula, não podia faltar uma sequência mortal de abdominais. E, depois, os exercícios de respiração e o relaxamento.
Num canto da sala, um painel mostra o ranking da aula. Cada bag está equipada com um sensor conectado a um bracelete que o aluno recebe antes de entrar na sala. Ambos se comunicam com um coletor de dados, que envia informações em tempo real para o ranking do painel e para o perfil do aluno. A partir da leitura dos batimentos cardíacos, o bracelete fornece o gasto calórico, a média da frequência cardíaca e a energia total gerada na aula (a partir da potência e quantidade de chutes e socos).
Um grupo de professores, liderado pelos coordenadores técnicos Danilo Nery e a Adriana Franco, desenvolveu cinco modalidades de aulas para o estúdio. Duas delas já estão disponíveis: a SoulBox e a BodyBag, em que, além da bag são utilizados kettbell (um tipo de bola de ferro com alça), cinto de tração e extensores. O objetivo é trabalhar o corpo inteiro de maneira integrada, com o foco em queima de gordura e melhora do tônus muscular. As outras três modalidades serão lançadas em março.
aulas avulsas
Assim como os estúdios de bike indoor que fazem sucesso em São Paulo, a SoulBox adota o sistema “pay per use”. Não tem matrícula nem mensalidade, você compra créditos de aulas avulsas (55 reais) ou pacotes de aulas (a partir de 39 reais por aula) pelo site.
“A grande vantagem da venda de créditos em vez de planos com mensalidade é que o aluno só paga pelas aulas que realmente reservar”, diz Renata Moraes Vichi, 35 anos, sócia da SoulBox. Renata, que é vice-presidente do Grupo CRM (que reúne as marcas Kopenhagen e Brasil Cacau) e CEO/sócia da JV e Lindt & Sprungli Brazil, se uniu aos empresários João Audi (ex-executivo do grupo JBS) e ao jovem empreendedor André Audi (CEO da Nutricar, uma empresa de carrinhos de alimentação saudável para o mercado corporativo), de 27 anos, para a empreitada fitness. O investimento na SoulBox foi de 3 milhões de reais.
“Nossa proposta tem tudo a ver com o momento que vivemos, em que as pessoas estão valorizando hábitos mais saudáveis, estão mais preocupadas com a condição física e dispostas a se alimentar melhor”, fala André Audi.